quinta-feira, 29 de julho de 2010
A arte de não ser mais um - Cyndi Lauper (ainda!)
Não tenho ídolos, só admiro certas características humanas. É gostoso admirar os outros, faz bem para o espírito. Até criaturas escrotas são capazes de atitudes admiráveis - pontuais, vá lá, mas são.
Enfim, pensava na capacidade que algumas pessoas têm de se reescrever e na coragem necessária para inserir o novo na prática. Lembrei do último post, sobre a Cyndi Lauper. Taí um exemplo de quem fugiu da banalidade.
Ela poderia ter aproveitado a moda do revival dos anos 80 para relançar os grandes hits que a tornaram conhecida. Se continuasse no pop, teria os saudosistas fiéis e mais uma penca de novas "garotas que querem apenas se divertir". Ganharia uma grana sem grandes esforços e depois sumiria de novo. Também poderia achar que está velha e entrar numas de autodestruição pra apressar a morte iminente. Ou fazer bolo para esperar os netos na velha casa, cercada por velhas paredes cheias de velhos posteres, onde contaria velhas histórias do tempo em que nem pensava em envelhecer. Tantas opções cômodas!
Mas ela escolheu o risco.
Aos 57 anos, Cyndi rejeitou a via reta do caminho conhecido. Abriu mão da segurança e não se contentou em ser cover do que foi aos 20 anos, nem quis explorar o estilo pelo qual ficou famosa. Foi além. Largou a batidinha lixo das musicas inocentes que cantava, investiu numa banda de verdade e modulou sua voz ao swing do blues.
A postura da Cyndi Lauper - muito mais do que maquiagem ou outro adereço externo - faz com que ela se destaque entre milhões de seres da mesma espécie.
Inspire-se!
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